sábado, 19 de junho de 2010

enquanto
o rock´n roll dos vinte
já me passou
e os hinos dos setenta
todavia me quedan lejos
balanço esta sonata de vida
em ritmo de ausência
que me faz
e batida de tristeza
que me traz
e não será outra busca
que me completará
nem mesmo outro hálito
que aliviará

o que será, que será?

engano a dor com variações
mergulho nos escritos
de outros mil corações
tento o consolo em outros
cantantes e canções
mas não é o vinho
nem o ressoar
que me vai pôr calmo
ou aliviar
O que não tem descanso,
nem nunca terá
O que não tem cansaço,
nem nunca terá
O que não tem limite

sábado, 12 de junho de 2010

12/06

"Mas... ânimo! Ainda seremos grandes amigos!"
O que doeu mais, vagas palavras de consolo inútil ou os braços rasgados pela ventania gelada que se fez logo após, em um ponto de ônibus qualquer às 2:30 da manhã?
Pouco importa, pois as dores são parceiras na moléstia alheia. E mais, não haveria momento mais propício para o encontro e união destas que o dia dos namorados.
Não, não vou chamar de ironia de ninguém, destino, vida, juventude... quero que estes malditos metidos ao sarcasmo se fodam. A ironia é da minha dor, unicamente!
Portanto, muda-se a companhia no dia dos companheiros. Muda-se também as influências. Se antes diria:

"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar."

Declamo agora:

"Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."

Bem verdade. Uma se foi mas deixou a outra como presente de dia dos amantes.
Não há raiva, apenas mudei de Menina para Dor.
Troquei também o Fernando pelo Augusto.

Já fiz poesias à Menina, bobas e clichês.
Minha musa a ser beijada por versos agora é outra. Não prometo que não sejam também bobas e clichês, mas prometo a dedicatória.

Feliz dia do amor, Dor!



sábado, 5 de junho de 2010

Repentina

Rosalinda, minh´alegria
ô menina, se te pego nesse chão
murmúrio doce desceria
esparramando de paixão
E aos teus olhos permaneceria
por cem anos de ilusão
em teu ventre depositaria
de minha língua, o úmido calor
provaria do odor
sentiria do sabor
e em mútuo torpor
teu flanco deitaria, teu cabelo voaria
embriagada de amor!