"Mas... ânimo! Ainda seremos grandes amigos!"
O que doeu mais, vagas palavras de consolo inútil ou os braços rasgados pela ventania gelada que se fez logo após, em um ponto de ônibus qualquer às 2:30 da manhã?
Pouco importa, pois as dores são parceiras na moléstia alheia. E mais, não haveria momento mais propício para o encontro e união destas que o dia dos namorados.
Não, não vou chamar de ironia de ninguém, destino, vida, juventude... quero que estes malditos metidos ao sarcasmo se fodam. A ironia é da minha dor, unicamente!
Portanto, muda-se a companhia no dia dos companheiros. Muda-se também as influências. Se antes diria:
"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar."
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar."
Declamo agora:
"Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."
Bem verdade. Uma se foi mas deixou a outra como presente de dia dos amantes.
Não há raiva, apenas mudei de Menina para Dor.
Troquei também o Fernando pelo Augusto.
Já fiz poesias à Menina, bobas e clichês.
Minha musa a ser beijada por versos agora é outra. Não prometo que não sejam também bobas e clichês, mas prometo a dedicatória.
Feliz dia do amor, Dor!
Hey,
ResponderExcluirEssa musa constante, realmente corta, uma parte nossa que parte de dentro pra fora ou de fora pra dentro.Nossas dores que cantam poesias, e que são poetas, que são a Lua que nos dá inspiração, ao mesmo tempo que nos mata!
Gostei disso! Belo texto! intenso!
abraços
Guilherme
Ao menos no Dia dos Namorados preenchemos a data com dor e não vazios,
ResponderExcluirEu quis chorar, mas não o fiz. A dor é o maior mistério nunca revelado ao saber médico. A gente nunca sabe onde dói ou o que se sente de fato. Mas, sabe que ela existe, que está lá.
ResponderExcluirAo invés do aperto em meu peito, te ofereço um abraço com a alma. Não daqueles de consolo, apenas um abraço almático, daqueles que são de verdade.
Há que se enaltecer a importância de Augusto, que dos Anjos não tinha nem o A. "Escarra nesta boca que te beija" é de sacudir qualquer dor. Que à ela caibam as devidas homenagens, já que não me resta nenhuma dúvida de que a digníssima é, e sempre será, a Menina dos olhos de toda a humanidade para todo o sempre.
ResponderExcluirDe ponta cabeça às vezes o mundo fica mais divertido. Basta saber olhar.
Avante!
Beijo, rapaz.