Gravado em diferentes estúdios durante a turnê no início de 1971, Meddle é o sexto álbum do Pink Floyd. O rock progressivo e psicodélico de extrema qualidade, juntamente com o experimentalismo bem sucedido, propostas sinestésicas e musicalidade impecável fazem deste uma das melhores obras da banda. O embaralho dos sentidos já vem descrito na capa e segue até o final epopéico com Echoes.
Espero que este pequeno relato pessoal possa encorajar novos amantes desta banda magnífica.
Espero que este pequeno relato pessoal possa encorajar novos amantes desta banda magnífica.
Obs.: Quando se ouve Pink Floyd, é extremamente necessário que se ouça o álbum inteiro, nada de “pular pra mais legalzinha hihihihihi”. Confie em mim, vale a pena.
Lado A:
1- One of These Days – 5:57 – Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason, David Gilmour
Instrumental que dá início ao álbum. Cria as imagens perfeitas para te acompanharem até o final da experiência. Os sons começam ritmados e discretos, mas vão tomando espaço e, quando você se sente suficientemente angustiado e vai pular de música, o Nick Mason te manda um "One of these days, I'm going to cut you into little pieces". Então, ou se cague de medo e nunca mais ouça o disco, ou continue ouvindo a música, agora um pouco mais animada e menos aterrorizante.
Algumas passagens da música (se não toda ela) são claramente inspiradas no tema musical da abertura do Doctor Who, um seriado de ficção científica.
2- A Pillow of Winds – 5:07 – Roger Waters, David Gilmour
Para aliviar os ânimos mas não te tirar da “viagem”, vem esta bela calmaria. Trata-se de uma bela canção, bem macia e que vai devagar, quase parando.
3- Fearless – 6:05 – Roger Waters, David Gilmour
Um dos trunfos do álbum! Vem agarrada na inércia da música anterior, porém com mais embalo. Ao final ouve-se a torcida do Liverpool entoando “You´ll never walk alone”, lindo!
4- San Tropez – 3:40 – Roger Waters
Continuando o disco no mesmo embalo, mas com uma pitada de jazz, um pouco de ar latino também. O ritmo dessa música é uma beleza!
5- Seamus – 2:13 - Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason, David Gilmour
Nada acontece abruptamente ou sem razão de ser nos álbuns do Pink Floyd, e esta música é um exemplo perfeito. Um bluesman toca sua gaita enquanto o fiel companheiro Seamus uiva. Aquela melancolia boa do blues faz a passagem quase imperceptível do clima leve e colorido de San Tropez para...
… se prepare para o melhor!
Lado B:
1- Echoes – 23:31 - Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason, David Gilmour
Originalmente em vinil, esta obra de arte vem isolada no segundo lado do disco. Pudera, ela sozinha dura mais tempo que todo resto do álbum. A boa notícia é que vale cada segundo, fecha o trabalho da forma mais excepcional possível.
Aqui é onde se aplica verdadeiramente a sinestesia do álbum: azul, frio, ecos, profundidade, escuridão, águas, espaço aberto, movimentos diversos, vôo livre, mergulho, corais, ondas... isso tudo se funde e te carrega para a experiência máxima do disco. Poderia descrever o fluxo de sensações ao decorrer da música, mas acho melhor deixar uma sugestão: pegue sua cerveja bem gelada, feche o quarto, apague a luz e aproveite estes incríveis 23 minutos e 31 segundos.
Existe a “lenda” que a música foi feita enquadrando-se exatamente no tempo da passagem final de 2001: A Space Odissey. Assim como vários outros rumores em torno das músicas do Pink Floyd, estes sempre foram rechaçados pela banda. De qualquer forma, é muito louco assistir a sequência, arrepiante em alguns momentos, mas recomendo que tenha outras 5 ou 6 garrafas para acompanhar aquela primeira cervejinha gelada. Segue o vídeo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário