espremido espaço côncavo
de pano estendido malhado
em balanço leve e esticado
cheiro do cabelo ainda molhado
que brinca em meu rosto, bagunçado
aguça o prazer do tato
atrito suave e cadenciado
entre meu peito e tua blusa fina
apoia a cabeça no pulso dobrado
e deixa fugir o sorriso de menina
lá, fora deste covil embarcado
cantam as folhas em ritmo brando
pulam em galhos as aves dançando
mal sabe toda a natureza
que em tua sola de pé
meus dedos regem em passeio
e compõem toda a beleza
desta sinfonia que é
o mundo com ti sem receio
"She´s often inclined to borrow somebody´s dreams ´till tomorrow"
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Tema
Vazio,
encoberto pelo soar do despertador seis horas da manhã,
negligenciado pela exaustão física dez horas da noite,
disfarçado pelos artificiais objetivos de toda a hora.
Maldita essa vertigem que ataca se me entrego à segurança da televisão num domingo. Desgraçado pela bolha de ar gelado que me parece espremer o coração em toda falsa hora vadia que, por inevitável vínculo às seguintes, não concede a liberdade prometida.
Má sorte de sentir.
Este sentir que naturalmente demanda por vinhos e mulheres em esperança de preencher o tema deste momento. Ah, a quem quero enganar? O tema é constante.
Tolo sentir, queres enganar o tema, mas na falta do sexo e do álcool te engano antes pelas letras dos outros, e raras vezes pelas minhas.
Se não me faltam os escapes efêmeros, me lanço a ti apenas para lembrar que a chama mais forte prenuncia a brevidade do fogo. Cilada viciada porém garantida por tuas influências.
Sentir, tu és o tema. És vazio.
encoberto pelo soar do despertador seis horas da manhã,
negligenciado pela exaustão física dez horas da noite,
disfarçado pelos artificiais objetivos de toda a hora.
Maldita essa vertigem que ataca se me entrego à segurança da televisão num domingo. Desgraçado pela bolha de ar gelado que me parece espremer o coração em toda falsa hora vadia que, por inevitável vínculo às seguintes, não concede a liberdade prometida.
Má sorte de sentir.
Este sentir que naturalmente demanda por vinhos e mulheres em esperança de preencher o tema deste momento. Ah, a quem quero enganar? O tema é constante.
Tolo sentir, queres enganar o tema, mas na falta do sexo e do álcool te engano antes pelas letras dos outros, e raras vezes pelas minhas.
Se não me faltam os escapes efêmeros, me lanço a ti apenas para lembrar que a chama mais forte prenuncia a brevidade do fogo. Cilada viciada porém garantida por tuas influências.
Sentir, tu és o tema. És vazio.
Marcadores:
Textos
sábado, 19 de junho de 2010
enquanto
o rock´n roll dos vinte
já me passou
e os hinos dos setenta
todavia me quedan lejos
balanço esta sonata de vida
em ritmo de ausência
que me faz
e batida de tristeza
que me traz
e não será outra busca
que me completará
nem mesmo outro hálito
que aliviará
o que será, que será?
engano a dor com variações
mergulho nos escritos
de outros mil corações
tento o consolo em outros
cantantes e canções
mas não é o vinho
nem o ressoar
que me vai pôr calmo
ou aliviar
O que não tem descanso,
nem nunca terá
O que não tem cansaço,
nem nunca terá
O que não tem limite
o rock´n roll dos vinte
já me passou
e os hinos dos setenta
todavia me quedan lejos
balanço esta sonata de vida
em ritmo de ausência
que me faz
e batida de tristeza
que me traz
e não será outra busca
que me completará
nem mesmo outro hálito
que aliviará
o que será, que será?
engano a dor com variações
mergulho nos escritos
de outros mil corações
tento o consolo em outros
cantantes e canções
mas não é o vinho
nem o ressoar
que me vai pôr calmo
ou aliviar
O que não tem descanso,
nem nunca terá
O que não tem cansaço,
nem nunca terá
O que não tem limite
Marcadores:
Poesia
sábado, 12 de junho de 2010
12/06
"Mas... ânimo! Ainda seremos grandes amigos!"
O que doeu mais, vagas palavras de consolo inútil ou os braços rasgados pela ventania gelada que se fez logo após, em um ponto de ônibus qualquer às 2:30 da manhã?
Pouco importa, pois as dores são parceiras na moléstia alheia. E mais, não haveria momento mais propício para o encontro e união destas que o dia dos namorados.
Não, não vou chamar de ironia de ninguém, destino, vida, juventude... quero que estes malditos metidos ao sarcasmo se fodam. A ironia é da minha dor, unicamente!
Portanto, muda-se a companhia no dia dos companheiros. Muda-se também as influências. Se antes diria:
"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar."
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar."
Declamo agora:
"Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."
Bem verdade. Uma se foi mas deixou a outra como presente de dia dos amantes.
Não há raiva, apenas mudei de Menina para Dor.
Troquei também o Fernando pelo Augusto.
Já fiz poesias à Menina, bobas e clichês.
Minha musa a ser beijada por versos agora é outra. Não prometo que não sejam também bobas e clichês, mas prometo a dedicatória.
Feliz dia do amor, Dor!
Marcadores:
Textos
sábado, 5 de junho de 2010
Repentina
Rosalinda, minh´alegria
ô menina, se te pego nesse chão
murmúrio doce desceria
esparramando de paixão
E aos teus olhos permaneceria
por cem anos de ilusão
em teu ventre depositaria
de minha língua, o úmido calor
provaria do odor
sentiria do sabor
e em mútuo torpor
teu flanco deitaria, teu cabelo voaria
embriagada de amor!
ô menina, se te pego nesse chão
murmúrio doce desceria
esparramando de paixão
E aos teus olhos permaneceria
por cem anos de ilusão
em teu ventre depositaria
de minha língua, o úmido calor
provaria do odor
sentiria do sabor
e em mútuo torpor
teu flanco deitaria, teu cabelo voaria
embriagada de amor!
Marcadores:
Poesia
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Novavilense
Domingo era dia de jogo do Novavilense.
Despertava às oito com um beijo da esposa, uma lambida do cachorro e a cabeça suada.
Tomava o seu café forte com pão de sal e manteiga, enquanto as crianças (eram duas) davam as últimas espreguiçadas na cama.
Iam à piscina: bóias, bolas, sol, sombras, jornal, suor...
Almoçavam com os pais dela, contavam as últimas façanhas dos filhos na escola, tinham pavê de sobremesa.
Voltava para casa, os pequenos cochilavam, a esposa cochilava e ele mal se continha a esperar as dezesseis horas. Enquanto isso, suava a cabeça.
Quinze e quinze já se punha de vermelho e branco (cores do Novavilense), sacava a primeira garrafa de cerveja do refrigerador e sentava no sofá.
Dez para as desesseis levantava, preparava a panela de pipoca e sacava outra cerveja para refrescar o suor.
Iniciava a partida com as esperanças e sonhos de quem vê o amor de sua vida pela primeira vez.
Xingava, suava, pulava, resmungava, sentava e suava mais.
Terminava a partida com a raiva e frustração de quem já viu o amor de sua vida por tempo demais.
Sentava na varanda colorida pelos últimos raios do dia. Ouvia os pássaros.
Aconteceu que, neste domingo, uma sequência inédita de pequenos movimentos e observações se sucedeu. Quando levantava a garrafa para levar à boca, parou e segurou-a fixa no ar. Estático, reparava em uma gota que pendia ao fundo, lado de fora da garrafa. Os pássaros murmuravam enquanto a luz do entardecer refratava na gota, que vacilava em seu curto instante de existência. Talvez se passassem dez ou até vinte segundos, mas dentro daquela cabeça suada de domingo não havia progressão temporal, apenas uma imagem em quadro.
E assim como o excesso de sal estraga o feijão e muito cantar compromete a canção, este turbilhão estático de idéias e sentimentos foi demais para a cabeça suada. Enxugou a gota, exugou a testa e tratou de parar de pensar mais do que deveria.
Afinal já se fazia noite, em poucas horas deveria dormir e descansar. Amanhã era segunda-feira. Não era dia do jogo, era dia de trabalho.
Novavilense agora, só semana que vem.
Terminava a partida com a raiva e frustração de quem já viu o amor de sua vida por tempo demais.
Sentava na varanda colorida pelos últimos raios do dia. Ouvia os pássaros.
Aconteceu que, neste domingo, uma sequência inédita de pequenos movimentos e observações se sucedeu. Quando levantava a garrafa para levar à boca, parou e segurou-a fixa no ar. Estático, reparava em uma gota que pendia ao fundo, lado de fora da garrafa. Os pássaros murmuravam enquanto a luz do entardecer refratava na gota, que vacilava em seu curto instante de existência. Talvez se passassem dez ou até vinte segundos, mas dentro daquela cabeça suada de domingo não havia progressão temporal, apenas uma imagem em quadro.
E assim como o excesso de sal estraga o feijão e muito cantar compromete a canção, este turbilhão estático de idéias e sentimentos foi demais para a cabeça suada. Enxugou a gota, exugou a testa e tratou de parar de pensar mais do que deveria.
Afinal já se fazia noite, em poucas horas deveria dormir e descansar. Amanhã era segunda-feira. Não era dia do jogo, era dia de trabalho.
Novavilense agora, só semana que vem.
Marcadores:
Textos
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Ao frio
Da brisa que congela, foge a palavra.
As gravidades do clima ameaçam-lhe o movimento, transgridem-lhe o pulsar.
Para a rima violada, resta o conformismo de morrer em hipotermia.
Mas tu, que és fogueira da inspiração, promete abrigo ao verbo.
Adjetivo e advérbio, ao fio da noite ou ao estalar do amanhecer, bebem do café quente de tuas idéias e em tua alma se esquentam.
Belo este fogo de Prometeu que tens na ponta dos dedos!
Dedicado a uma já iniciada amizade.
As gravidades do clima ameaçam-lhe o movimento, transgridem-lhe o pulsar.
Para a rima violada, resta o conformismo de morrer em hipotermia.
Mas tu, que és fogueira da inspiração, promete abrigo ao verbo.
Adjetivo e advérbio, ao fio da noite ou ao estalar do amanhecer, bebem do café quente de tuas idéias e em tua alma se esquentam.
Belo este fogo de Prometeu que tens na ponta dos dedos!
Dedicado a uma já iniciada amizade.
Marcadores:
Textos
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Tarde
- Então, é isso?
- Sim senhor, apenas que na próxima vez o senhor controle o barulho.
Ele subia os três lances de escada até seu apartamento. Não havia razão para se aborrecer com o porteiro, afinal só estava trabalhando, anunciando as últimas reclamações dos vizinhos do primeiro andar. Não se importava com esse tipo de aporrinhação e, passadas algumas cervejas, esqueceria novamente os moradores rabugentos.
Parou em frente à porta, catou as chaves no bolso, enfiou-as e forçou a fechadura.- Sim senhor, apenas que na próxima vez o senhor controle o barulho.
Ele subia os três lances de escada até seu apartamento. Não havia razão para se aborrecer com o porteiro, afinal só estava trabalhando, anunciando as últimas reclamações dos vizinhos do primeiro andar. Não se importava com esse tipo de aporrinhação e, passadas algumas cervejas, esqueceria novamente os moradores rabugentos.
O lugar era do tamanho ideal para um sujeito solteiro de vinte e tantos anos. Da entrada, viam-se os 4 ou 5 metros de extensão do cômodo principal, ao final a janela imensa escancarada, deixando passar toda vida que o dia ainda preserva às cinco e meia da tarde.
De todo o espetáculo de reflexão da luz nas paredes e no chão, da brisa suave que refrescava o ambiente e do impressionante silêncio que se fazia presente, nada guardou a atenção do rapaz por mais de cinco segundos.
- Enfim...
Colocou algumas cervejas no congelador, alongou as costas, fechou a porta e se jogou no sofá. Ligou o aparelho de som, Mile Davis. A bebida demoraria a gelar e, talvez por misericórdia da existência, era tarde de sexta-feira.
Marcadores:
Textos
terça-feira, 11 de maio de 2010
Flamenca
Pintura de Fabian Perez
Da vibração penetrante
na atmosfera ressonante
treme minh´alma
em seu embolar
em cada dedilhar
em tua carne firme
treme meu olhar
prende-me em teu filme
que vítima de teu crime
possa me tornar
e me embriagar
deste vinho que te cobre
treme meu ar
na madeira os sapatos
criam engasgos e estalos
dolorosos e culpados
do suor que me percorre
somente para então
resfriar-me os sentidos
com os braços movidos
ora esguios
ora contidos
e as mãos que os guiam
também regem meus suspiros
treme meu pensar
e então tuas formas
são lúbricas chamas
que vacilam ao palmear
és essência da paixão
rubra fascinação
treme meu amar
Da vibração penetrante
na atmosfera ressonante
treme minh´alma
em seu embolar
em cada dedilhar
em tua carne firme
treme meu olhar
prende-me em teu filme
que vítima de teu crime
possa me tornar
e me embriagar
deste vinho que te cobre
treme meu ar
na madeira os sapatos
criam engasgos e estalos
dolorosos e culpados
do suor que me percorre
somente para então
resfriar-me os sentidos
com os braços movidos
ora esguios
ora contidos
e as mãos que os guiam
também regem meus suspiros
treme meu pensar
e então tuas formas
são lúbricas chamas
que vacilam ao palmear
és essência da paixão
rubra fascinação
treme meu amar
Marcadores:
Poesia
domingo, 9 de maio de 2010
Your Latest Trick - Inspiração
Crédito da imagem: http://philgamer.files.wordpress.com/2009/03/dark_alley.jpg
Enquanto os mostros enfumaçados,
enormes e pesados
tomam a cidade com seus rosnares
em uma entrada de ruela
entre lixo, asfalto e grades
percorrem vultos interessados
vagabundos, putas e viciados
Não me pergunte...
Não sei como isto foi acontecer
Todas minhas seguranças tornaram-se foscas
como a luz destas calçadas
brisa inebriante das madrugadas
meu sentimento de nada conta
a solidão dos passos faz divagar
e esta luz neon aponta
para a entrada do próximo bar
Não sei como isso foi acontecer...
Não me pergunte
E todo o álcool não basta, todavia
néctar que alivia e angustia
que junto da vida se esvazia
companheira única e indissociável
a garrafa permanece omissa
e a dor se torna menos palpável
Por Favor, não me pergunte
Não sei como tudo isso foi acontecer
Enquanto os mostros enfumaçados,
enormes e pesados
tomam a cidade com seus rosnares
em uma entrada de ruela
entre lixo, asfalto e grades
percorrem vultos interessados
vagabundos, putas e viciados
Não me pergunte...
Não sei como isto foi acontecer
Todas minhas seguranças tornaram-se foscas
como a luz destas calçadas
brisa inebriante das madrugadas
meu sentimento de nada conta
a solidão dos passos faz divagar
e esta luz neon aponta
para a entrada do próximo bar
Não sei como isso foi acontecer...
Não me pergunte
E todo o álcool não basta, todavia
néctar que alivia e angustia
que junto da vida se esvazia
companheira única e indissociável
a garrafa permanece omissa
e a dor se torna menos palpável
Por Favor, não me pergunte
Não sei como tudo isso foi acontecer
sábado, 8 de maio de 2010
Jamiroquai - Virtual Insanity
Destruam seus computadores! Larguem os celulares e enterrem suas televisões! Comidas transgênicas causam câncer e ultra-sonografia mata os neurônios! Clonagem + engenharia genética + filmes em 3D = FIM DO MUNDO!!!!!
Não. Nada disso. Esta mensagem embalada pelo delicioso ritmo jazzístico moderno (poderia dizer assim?) que o Jamiroquai fez como ninguém, ou poucos, quer alertar pra algo bem mais sutil, porém grave.
Não. Nada disso. Esta mensagem embalada pelo delicioso ritmo jazzístico moderno (poderia dizer assim?) que o Jamiroquai fez como ninguém, ou poucos, quer alertar pra algo bem mais sutil, porém grave.
Marcadores:
Música
Conveniência
Já te ocorreu, meu caro, de possuir a mais límpida pureza e desejar a sujeira? Quando digo de pureza, digo da intenção clara, do ímpeto moldado e simples. Por algum acaso já te ocorreu esta armadilha da vida e juventude?
Sim, pois a juventude não passa de trama da vida. Nada sutil, muito pelo averso, juventude é coisa arrebatadora. É ardilosa e sem culpa. Mais que tudo, é maldosa e egoísta.
Sim, pois a juventude não passa de trama da vida. Nada sutil, muito pelo averso, juventude é coisa arrebatadora. É ardilosa e sem culpa. Mais que tudo, é maldosa e egoísta.
Já te custaram, amigo, horas noturnas e soturnas de pálpebras cerradas em vão? Horas estas que lubridiam e abandonam à própria sorte da consciência. Trazem elas a verdade ou o engano? Meio, fim ou abismo?
Não bastam a pontuação nem as exclamações. Tampouco bastam as palmas flamencas. Não basta a coerência para explicar-te, tens que ter sentido e doído.
A pureza não traz consigo apenas a alegria e o "felizes-para-sempre". Ela carrega a raiva de mil anos de opressão e pretende despejar tudo em um buraco, tu!
Sou sim, hipócrita. És tu também. Mas por graça de deus, ou da cerveja, os fatos não reprimem os desabafos. Somos sujos por natureza e puros por conveniência.
Não bastam a pontuação nem as exclamações. Tampouco bastam as palmas flamencas. Não basta a coerência para explicar-te, tens que ter sentido e doído.
A pureza não traz consigo apenas a alegria e o "felizes-para-sempre". Ela carrega a raiva de mil anos de opressão e pretende despejar tudo em um buraco, tu!
Sou sim, hipócrita. És tu também. Mas por graça de deus, ou da cerveja, os fatos não reprimem os desabafos. Somos sujos por natureza e puros por conveniência.
Marcadores:
Textos
domingo, 2 de maio de 2010
Pink Floyd – Meddle
Gravado em diferentes estúdios durante a turnê no início de 1971, Meddle é o sexto álbum do Pink Floyd. O rock progressivo e psicodélico de extrema qualidade, juntamente com o experimentalismo bem sucedido, propostas sinestésicas e musicalidade impecável fazem deste uma das melhores obras da banda. O embaralho dos sentidos já vem descrito na capa e segue até o final epopéico com Echoes.
Espero que este pequeno relato pessoal possa encorajar novos amantes desta banda magnífica.
Espero que este pequeno relato pessoal possa encorajar novos amantes desta banda magnífica.
Obs.: Quando se ouve Pink Floyd, é extremamente necessário que se ouça o álbum inteiro, nada de “pular pra mais legalzinha hihihihihi”. Confie em mim, vale a pena.
Marcadores:
Álbuns
sábado, 1 de maio de 2010
Virgínia
pureza por nome
como pura podes não ser?
eternizas a ignorância das carnes
quero no
reflexo de teus óculos
me encontrar
e na umidade de teus lábios
sentir a vida
me tomar
me tome,
me beba e me mostre
me encare por todo o tempo
me desafie
e me beba
tolo eu, se te tomo por submissa
se me penso superior, por mirar por cima
me tomas a vida
e me mantém como queres
com olhar que ora sugere
ora reflete
o vinho das uvas me derrete o paladar
seus gemidos me derretem os ouvidos
teus olhos blindados me derretem a visão
teus mamilos me derretem o tato
teu suor me derrete o olfato
tua saliva me derrete a alma
derrete-me
depois toma-me
me absorva com a lingua e com os olhos
por baixo e por cima,
por fora e por dentro
me absorva
me consuma e me destrúa
me encare por todo o tempo
como pura podes não ser?
eternizas a ignorância das carnes
quero no
reflexo de teus óculos
me encontrar
e na umidade de teus lábios
sentir a vida
me tomar
me tome,
me beba e me mostre
me encare por todo o tempo
me desafie
e me beba
tolo eu, se te tomo por submissa
se me penso superior, por mirar por cima
me tomas a vida
e me mantém como queres
com olhar que ora sugere
ora reflete
o vinho das uvas me derrete o paladar
seus gemidos me derretem os ouvidos
teus olhos blindados me derretem a visão
teus mamilos me derretem o tato
teu suor me derrete o olfato
tua saliva me derrete a alma
derrete-me
depois toma-me
me absorva com a lingua e com os olhos
por baixo e por cima,
por fora e por dentro
me absorva
me consuma e me destrúa
me encare por todo o tempo
Marcadores:
Poesia
Ritmo desta noite
Que os dentes fiquem roxos, isto é certo
mas que caia o desejo
o eterno descontentamento,
ah, isso é trapaça do estômago
não o creia pois,
cedo ou tarde sucumbe à vontade do coração
Temos por livro que
a carne é fraca e
a alma é eterna
mas que espírito, me diga,
já nunca se ajoelha
cola o queixo no peito e pede misericórdia
quando diante das exigências da paixão
mas que caia o desejo
o eterno descontentamento,
ah, isso é trapaça do estômago
não o creia pois,
cedo ou tarde sucumbe à vontade do coração
Temos por livro que
a carne é fraca e
a alma é eterna
mas que espírito, me diga,
já nunca se ajoelha
cola o queixo no peito e pede misericórdia
quando diante das exigências da paixão
Marcadores:
Poesia
Raul Seixas - Gita
Lançado em 1974, é o segundo álbum fruto da parceria de Raul Seixas com Paulo Coelho. Recheado de exoterismo, reflexões existencialistas e músicas que se tornaram verdadeiros hinos alternativos, a obra não marca só pelas ideias mas também pela musicalidade ampla de ritmos e estilos, característica importante do Raul. Acreditar ou não nas filosofias defendidas por ele é o menos importante, mas é de um enriquecimento cultural e pessoal incrível conhecer e compreender as músicas do Maluco Beleza. Segue a minha análise do, na minha opinião, melhor disco do Raul.
Marcadores:
Álbuns
Assinar:
Postagens (Atom)